Este texto é a continuação do texto que pode ser acessado clicando aqui: Os Orixás na Umbanda (Parte I)
Após a introdução sobre os Orixás na Umbanda, seguem breves descrições sobre os Oborós (Orixás masculinos) mais comumente cultuados na Umbanda. As informações apresentadas podem variar conforme as diferentes doutrinas.
Após a introdução sobre os Orixás na Umbanda, seguem breves descrições sobre os Oborós (Orixás masculinos) mais comumente cultuados na Umbanda. As informações apresentadas podem variar conforme as diferentes doutrinas.
OXALÁ
Considerado o mais importante dos Orixás dentro do culto da Umbanda. Representa a Fé, Espiritualidade, Paciência, Paz, Ordem e Harmonia. Oxalá é alheio a toda a violência, disputas, brigas, gosta de ordem, da limpeza, da pureza.
Representa o arquétipo Crístico, sendo o grande exemplo a ser seguido por todos os umbandistas. Por conta disso, muitas casas de Umbanda não reconhecem que Oxalá possa ter filhos, pois todos na Umbanda já seriam filhos dele.
As histórias que relatam a criação do mundo retratam a figura de Oxalá, que foi o Orixá incumbido por Olodumare para descer do mundo espiritual (orun) para criar o mundo físico (aiyê) e os homens.
Cor: branco leitoso ou cristal (translúcido)
Sincretismo: Jesus Cristo
Símbolos: opáxoró (bastão de prata), pomba, pemba (giz) branca
Elementos: ar (atmosfera e céu)
Pontos de força: mirantes, alto de montanhas, chapadas
Domínios: poder procriador masculino, criação, mundo espiritual
Ervas: boldo, anis-estrelado, folha da costa, rosa branca
Saudação: Epa Babá! / Auê Babá! / Xeu Epá Babá!
EXÚ
Figura mais controversa do panteão dos Orixás, Exú é o mensageiro entre os homens e os deuses. O mais humano dos Orixás é, erroneamente, associado ao diabo cristão; na realidade Exú contém em si todas as contradições e conflitos inerentes ao ser humano. Não é totalmente bom nem totalmente mau; assim como o homem é capaz de amar e odiar, unir e separar, promover a paz e a guerra.
Representa os arquétipos do mensageiro e do provocador (trickster), simbolizando nossas lutas internas. Guarda as entradas (portais) de todos os lugares, assim como as encruzilhadas, principalmente as de terra. É o primeiro a ser reverenciado, pois sem ele não é possível acessar o sagrado.
Assim como Oxalá, muitas casas não consagram filhos a Exú, pois ele representaria lutas universais da humanidade que seriam mais coletivas que pessoais. Muitas casas também não apresentam culto direto a este Orixá.
Cores: preto e vermelho.
Sincretismo: Santo Antônio
Símbolos: falo (pênis) ereto, tridente, encruzilhada, figa
Elementos: terra e fogo.
Pontos de força: encruzilhada (principalmente de terra), mercados e feiras
Domínios: comunicação, sexo, magia, comércio, subversão das regras injustas.
Ervas: alho, cebola, pimenta, mamona
Saudação: Laroye! / Mojubá!
XAPANÃ
Orixá da saúde e das doenças é também o senhor da terra. Seu nome é carregado de medo e mistério, sendo geralmente denominado por suas duas polaridades energéticas: Obaluayê (expansivo) e Omulu (restritivo). Tem domínio sobre o ciclo de vida, morte e da ressurreição, regendo, desta forma, a evolução encarnatória dos seres.
Representa os arquétipos de ancião e de curandeiro. Sua energia é extremamente telúrica, lenta e pesada. Hospitais, necrotérios e outros locais ligados à vida e morte estão sobre sua regência. É também um dos regentes da calunga pequena (cemitério).
Faz parte dos Orixás de origem no Daomé, sendo anterior aos Orixás Yorubanos. Seu culto é anterior à idade do ferro, razão pela qual algumas tradições não utilizam este metal nos trabalhos dedicados a ele.
Cores: amarelo e preto / branco, vermelho e preto / roxo.
Sincretismo: São Lázaro / São Roque
Elemento: terra
Pontos de força: cemitério, praia, beira de poço
Domínios: doenças epidêmicas, saúde, vida e morte, evolução
Símbolo: xaxará, azé (manto de palha) e cruz
Ervas: quaresmeira, canela de velho, manjericão roxo, gengibre
Saudação: Atotô! / Omulu iê!
OGUM
Orixá do ferro e senhor da guerra. Ogum é o principal representante da energia marciana na Umbanda. É ele quem abre os caminhos dos filhos em momentos de dificuldade.
Representa os arquétipos do ferreiro e do guerreiro. Ogum foi o primeiro a dominar a metalurgia, que ensinou aos homens, possibilitando-lhes melhorias tecnológicas que modificaram por completo o modo de vida da humanidade. Por esse motivo é o senhor da tecnologia e da inovação.
A energia de Ogum é a energia do movimento, da expansão, do avanço e do progresso. Por esse motivo tem dificuldade em lidar com as tradições e práticas ancestrais.
Cores: vermelho / azul escuro / verde escuro
Sincretismo: São Jorge / Santo Antônio
Elemento: ar e fogo
Pontos de força: estradas, estradas de ferro, minas de metais
Domínios: guerra, caminhos, conquista, tecnologia, metalurgia, agricultura
Símbolo: espada, lança, bigorna e outras ferramentas feitas de metal.
Ervas: espada de São Jorge, peregum verde, abre-caminho, aroeira branca,
Saudação: Ogunhê! / Patacori!
XANGÔ
Orixá do fogo e do trovão, Xangô é o senhor da justiça e do equilíbrio. Rege sobre as montanhas e pedreiras, locais que a energia de concretização e cristalização se fazem visíveis.
Seus arquétipos são do juiz e do rei justo e provedor, aquele que garante a subsistência do grupo. A justiça de Xangô não é cega, pois é de ordem divina, nem é vingativa, agindo de forma imparcial. Xangô entrega a cada um conforme seu merecimento.
Como sua energia está associada a firmeza, a concretização, ao não deixar-se levar pela opinião alheia. Quando desequilibrada, provoca teimosia, inflexibilidade e arrogância.
Cores: marrom / vermelho / vermelho e branco
Sincretismo: São Jerônimo / São João Batista / São Pedro
Elemento: fogo e terra (rochas)
Pontos de força: pedreiras
Domínios: justiça, equilíbrio, diplomacia, poder estatal, questões jurídicas
Símbolo: machado duplo, machado de pedra, coroa,
Ervas: aroeira, arruda, picão-preto, pimenteira, romanzeiro,
Saudação: Kaô Kabecilê!
OXÓSSI
Orixá da caça e senhor das matas, rege o contato com as plantas e animais e todas as atividades humanas relacionadas. As florestas, que são parte de seu domínio, estão relacionadas com aspectos sombrios da alma e com os espíritos de antepassados. Dessa forma, Oxóssi estimula nossa capacidade de apreender com as experiências dos demais e com a história, como forma de nos auto lapidar.
Seu arquétipo é o do caçador, sendo conhecido como o “caçador de uma flecha só”. Sua grande perícia na arte da caça se deve ao grande conhecimento que possui sobre a dinâmica da floresta e seus habitantes, bem como ao domínio sobre si mesmo, pois a caça exige austeridade e entrega.
Sua energia é rápida e dinâmica, mas extremamente focada e disciplinada. Por reger uma atividade solitária e que precisa ser feita em silêncio, tem dificuldade no contato social e pode tender ao instinto de isolamento social.
Cores: verde claro / azul turquesa
Sincretismo: São Sebastião / São Jorge
Elemento: terra (vegetação)
Pontos de força: florestas e clareiras
Domínios: caça, fartura, conhecimento, sabedoria, agricultura
Símbolo: arco e flecha, iruquerê (abanador feito da cauda de cavalo)
Ervas: samambaia, alecrim, cipó de caboclo, todas as frutíferas
Saudação: Oké Aro! / Arolé!
Na terceira e última parte do texto, serão trazidas descrições sobre as Yabás (Orixás femininos).
Até lá.
Na terceira e última parte do texto, serão trazidas descrições sobre as Yabás (Orixás femininos).
Até lá.
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